Nota
Recebido em 04
de setembro de 2016
Por
Coletivo Transição e Nova Organização Socialista (NOS)
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Severino Alves 50123 para Vereador! |
Primeiramente:
fora, Temer! A eleição do próximo 02 de outubro de 2016 para
prefeito e vereador será a primeira após a consumação do golpe
que derrubou a experiência do Partido dos Trabalhadores do poder
(2003-16). Golpe porque a presidente Dilma Rousseff (PT) foi retirada
de seu cargo sem que nenhum crime de responsabilidade fosse
efetivamente caracterizado. Tanto isso é assim, que vários
ex-presidentes e governadores realizaram as mesmas medidas que foram
usadas como justificativa para a cassação de seu mandato; e, poucos
dias depois, o presidente usurpador, Temer (PMDB), sancionou/aprovou
uma lei que torna não criminosos os “crimes” de Dilma
(“pedaladas fiscais” e/ou “créditos suplementares” sem
aprovação do Congresso). Agora, ele poderá fazer exatamente a
mesma coisa sem ser considerado criminoso. Como cassar uma presidente
por seus supostos crimes e manter os seus direitos políticos? As
manobras golpistas não tem limites e mostram de frente o semblante
das classe dominantes brasileiras!
O golpe foi
dado de maneira competentemente orquestrada por segmentos do
judiciário, grandes grupos monopólicos de mídia (Globo e outras),
empresários e representantes do capital nacional e internacional
(FIESP, por exemplo), partidos políticos conservadores (PSDB, DEM e
PMDB), etc. Eles conseguiram derrotar o projeto de conciliação
petista que durante um pouco mais de uma década possibilitou algumas
conquistas ao povo brasileiro – muito mais ligadas ao âmbito
volátil e rarefeito do consumo e do mercado (e não ao dos direitos
sociais) –, ao mesmo tempo em que as mantinha balizadas e limitadas
pelas altas taxas de crescimento da economia e pela lucratividade do
capital. Quando a crise econômica e sistêmica internacional
aterrizou no Brasil com mais força, o que seria mais ou menos
inevitável em uma economia periférica, dependente e subalternamente
globalizada, o projeto neodesenvolvimentista ou liberal-social
colapsou. Dilma começou a adotar uma condução socioeconômica
contrária à que permitiu sua reeleição, com mais e mais ataques
aos direitos dos trabalhadores e do povo pobre (ajuste fiscal, lei
antiterrorismo, reforma da previdência, leilões do pré-sal, etc.)
– que, diga-se, não se iniciaram apenas no seu último mandato –,
e os limites da conciliação e subordinação dos interesses do
trabalho às classes proprietárias cobrou seu preço. A
independência de classe dos trabalhadores é uma das lições da
história desta nova tragédia brasileira. O PT optou por alianças
conservadoras e/ou reacionárias, além de uma série de manobras e
relações ilegais e corruptas com grupos empreiteiros e
empresariais, utilizando o Estado brasileiro para benefício de uma
parte da burguesia brasileira (Friboi, Odebrecht, Camargo Corrêa,
etc.) enquanto colaborava para a desmobilização e imobilização
dos movimentos sociais históricos ligados aos trabalhadores.
Com a
continuidade da crise e com a nova institucionalidade golpista, irão
se aprofundar os problemas para os que tem sua experiência de vida
nas cidades do país. Menos recursos e parcerias federais para os
municípios, que sofrerão ainda mais com a crise fiscal (que em
última instância se liga à transferência e utilização do
fundo/orçamento público em benefício dos grandes grupos
monopolistas e do capital financeiro). E, assim, deterioração nas
condições de vida, trabalho e moradia para a maioria da população
que depende da venda de sua força de trabalho para sobreviver. Os
frutos do golpe serão menos direitos, mais estado de exceção e
mais repressão para o povo trabalhador!
Em
Recife, Geraldo Júlio é o grande capital golpista no
poder!
O
candidato à reeleição do PSB, Geraldo Júlio, conhecido como um
“boneco” por grande parte do povo, tanto de Eduardo Campos como
de grupos empresariais (“Geraldo, fulero! Capacho de
empreiteiro!”), é parte do assalto do estado de Pernambuco por
interesses familiares, patrimoniais, burocráticos e do grande
capital (imobiliário e internacional, especialmente). A família
Campos conseguiu espraiar-se competentemente por vários ramos do
aparelho de Estado (judiciário, executivo, legislativo, policial,
etc.) e implantou uma hegemonia política que mistura a ausência de
diálogo, a privatização e esterilização dos espaços
democráticos e populares de decisão, uma forte repressão aos
movimentos sociais (trabalhadores ambulantes, trabalhadores sem-teto,
Ocupe Estelita, Sancho, etc.) e uma ideologia gerencial e
empreendedora, que esconde corrupção e privatização, como indica
a investigação da Operação Turbulência, da Polícia Federal.
Fez algumas obras na cidade (Via Mangue, Hospital da Mulher, Compaz
Santa Tererinha, algumas UPA's, poucas cheches, etc.), mas sempre em
número, qualidade e intensidade menores do que poderia ter feito,
aliado ao fato de que arrochou os salários e condições de trabalho
dos servidores e deixou de melhorar e investir na qualidade dos
serviços de saúde, educação e transporte de responsabilidade da
prefeitura do Recife, ou seja, sucateando o fundamental. Utiliza o
discurso da “crise” como álibi. Mas, na verdade, gastou mais com
propaganda do que com serviços essenciais à população, que sofre
nos hospitais, bairros periféricos e nos coletivos de transporte
público. Todo o seu discurso e prática de subalternização do povo
mostra-se evidente para quem assiste a suas peças de propaganda
eleitoral, onde o povo é passivo e ajudado pelo seu amigo, chefe,
gerente ou salvador.
Os outros
principais candidatos das forças claramente conservadoras e do
capital, como Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM), tentam
combater Geraldo Júlio no seu próprio terreno, ou seja, no campo da
lógica gerencial. São parte das forças golpistas. Forças que
agora se apresentam com “caras novas”, mas que certamente manterão um estilo de gestão semelhante ao de Geraldo:
elitista, privatizador e afastado dos movimentos socais e populares.
João Paulo
(PT) é parte da tentativa de ressurgimento da sigla no estado de
Pernambuco após a perda de hegemonia para o PSB de Eduardo Campos.
Todo o horizonte de sua campanha se volta para o passado, com a
propaganda de que foi “o melhor prefeito de Recife”, de onde
busca “retirar a sua poesia”. Mas os trabalhadores não podem
esquecer de alguns elementos importantes: João Paulo e o PT
continuam aliando-se a forças sociais conservadoras e do capital
(como o PRB, de Silvio Costa Filho e o PTB, de Armando Monteiro Neto,
por exemplo). É como se buscasse reproduzir ou continuar a tática
eleitoral de Lula desde 2002, com o empresário José de Alencar
(PL), já que no “toma lá da
cá” político-partidário, vários pequenos partidos que outrora
estavam na órbita petista agora optam pela candidatura da situação
de Geraldo. Mas não é apenas isso. Mesmo em sua gestão, João
Paulo favoreceu interesses do grande capital, como no
caso do Cais José Estelita
(onde se comprometeu com
a aprovação da viabilidade do Projeto Novo Recife
e sua regularização
legal e urbanística),
nas licitações e contratos intransparentes
com as grandes empresas
de prestação de serviço do lixo urbano e,
ainda, com a manutenção do modelo privatista, elitista e
ineficiente de transporte público em parceria com os grandes
empresários do setor.
Por fim, a desmobilização, esterilização e instrumentalização
dos espaços de decisão democráticos e populares (Conselhos,
Orçamento Participativo, etc.) foram a tônica dos mandatos do PT em
Recife/PE. João Paulo na prefeitura é a continuidade, em
nível municipal, da política de conciliação de classes que
colapsou no Brasil com o golpe. Os trabalhadores, os movimentos
sociais e as juventudes devem evitar as ilusões.
Votar
em candidatos que potencializarão a organização popular e a
resistência ao golpe: para vereador é Severino Alves 50123! Edilson
Silva 50 para prefeito!
O
mandato do Deputado Estadual Edilson Silva (PSOL) cumpriu um
importante papel em várias lutas de resistência no último período.
Além disso, a sua candidatura a prefeito defende uma série de
propostas que combatem interesses privatistas na cidade e fomentam
demandas populares: luta pela reabertura de espaços públicos
(Geraldão, Teatro do Parque, Estações de BRT's, etc.); contra os
interesses das empreiteiras e do capital imobiliário no Estelita; em
defesa dos servidores municipais e suas demandas por melhores
condições de trabalho; contra a repressão aos ambulantes e
sem-teto; não à remoção dos moradores de comunidades periféricas
(Sancho); em defesa de direitos das mulheres (creches municipais);
remodelação e prioridade aos mercados públicos; etc. Ainda, foi
formada uma frente eleitoral com o PCB, política que entendemos
importante para a reorganização e reconstrução das forças de
esquerda dignas do nome no Brasil, mesmo que estejamos conscientes
que tal reorganização tem uma dimensão muito mais profunda e
social. Por isso, para prefeito, votaremos Edilson Silva 50!
No atual
cenário, é fundamental a unidade dos trabalhadores e movimentos
sociais contra as consequências do golpe e a política
patrimonialista, antidemocrática e segregadora da maioria dos
candidatos a prefeito. Nestas eleições, há, pelo menos, dois
entendimentos necessários para as forças populares: por um lado,
mesmo num cenário de amplo e justificável descrédito com a
institucionalidade republicano-liberal brasileira, não se deve
desprezar a potencialidade que espaços institucionais podem ter em
retroalimentar as lutas populares e a organização cotidiana, quando
usados para tal e controlados pelos movimentos sociais; de outro
lado, não se pode imaginar que pode-se modificar substantivamente a
cidade a partir da ocupação progressiva de espaços no aparelho
estatal da Prefeitura, com um discurso fundamentalmente gerencial;
até porque, para as classes subalternas, trata-se de “quebrar e
modificar a máquina” e não simplesmente geri-la.
Severino
Alves 50123 não comete nenhum desses equívocos. É fruto
das batalhas populares e sociais dos trabalhadores, e sua candidatura
é consequência das lutas que já vem sendo travadas por diversos
coletivos. Além
disso, conseguiu aglutinar um amplo arco de apoio de vários
movimentos
sociais, como: feministas, ambulantes, sem-teto, intelectuais,
estudantes, etc. Já é, por isso, uma candidatura com um claro
caráter de frente entre diversas forças sociais e políticas
comprometidas com mudanças substantivas. É pela necessidade de
replicação dessa experiência para além deste momento eleitoral
que temos a esperança de que a candidatura de Severino Alves
50123, e
seu possível mandato coletivo como vereador, pode(rá)
colaborar na produção de mais unidades e frentes entre agrupamentos
antissistêmicos, na direção de uma reorganização social e na
produção de uma frente de esquerda e socialista para o Brasil,
ampla o suficiente para abarcar segmentos diversos e plurais das
complexas classes trabalhadoras brasileiras, mas também
adequadamente consistente para ter poder concentrado de atuação e
combate na nova realidade social brasileira pós-golpe.
Trata-se de
uma candidatura verdadeiramente popular, com a força das ruas! Serão
os movimentos sociais e populares no interior da Câmara de
Vereadores! Ainda que ele saiba que qualquer vereador ou prefeito tem
que levar em conta o aspecto da gestão da coisa pública, não o
coloca como elemento central de sua candidatura nem se encanta com um
cargo institucional, e nisso é uma personificação adequada da
fibra do povo trabalhador e lutador. Entende que se trata do
cumprimento da mesma tarefa popular em um outro espaço. Por isso
estamos com Severino Alves 50123!
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Severino Alves 50123 na luta contra o golpe! |
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