Ensaio
29 de dezembro de 2014
Por Martinho
Campos, ex-preso político.
Como já me expressei em e-mail para Tullo
[Vigevani], ontem à noite, sinto-me muito triste pelo falecimento do camarada
Gilvan. A ele, particularmente, devo todo o impulso para afirmação de minha
militância de esquerda, no momento em que, vindo de Pernambuco, ele iniciou o
trabalho de organização da Vanguarda Leninista em João Pessoa-PB, que veio a
integrar-se ao POR(T) – Partido Operário Revolucionário Trotskista, em 1963,
logo após o assassinato do camarada Jeremias (Paulo Roberto Pinto) na região de
També-PE. E, igualmente a mim, outros companheiros de João Pessoa foram por ele
liderados nesse processo. Junto com o saudoso camarada
Aybirê, Cláudio Cavalcanti, Montarroyos, Joaquim Ferreira, Iberê Batista e
outros, oriundos do PCB, do Movimento Revolucionário Tiradentes e das Ligas
Camponeses, com os quais haviam rompido, desenharam um novo quadro das
esquerdas revolucionárias do Nordeste brasileiro no qual tive a honra de
participar.
Gilvan continuou sua saga no
Ceará, sempre perseguido, sempre escapando da repressão. Esteve em Portugal,
viveu a Revolução dos Cravos. Voltou ao Brasil, integrou-se ao PT e, em posição
crítica, dele afastou-se para fundar o PSOL. Digamos que ele foi sempre um
brechtiano, faz parte daqueles que não param de lutar, os imprescindíveis.
Camarada Gilvan, presente sempre!
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